sábado, 11 de junho de 2011

Análise da Aplicação da Parábola do Sapo e do Escorpião para Adictos em Recuperação:


Cada ser humano tem uma índole pessoal e individual, uma propensão natural, e ela não muda, não pode mudar a não ser que haja a ocorrência um raro tipo de conversão, que somente pode existir por determinação do próprio Deus. Tal índole pessoal e individual, manifesta-se em todas as circunstâncias da vida de cada individuo, até mesmo quando essa manifestação parece contrariar toda e qualquer lógica e o bom senso.

Assim como adicção, que é uma doença incurável, a índole também é uma marca indelével da alma que a transporta. A adicção por algo ruim pode ser estancada, mas normalmente acabamos sempre substituindo um objeto de adicção (ruim) por outro (bom ou menos ruim),no entanto, o tipo índole de alguém não pode ser trocado por esforço ou boa vontade, só por milagre mesmo!

Nos âmbitos tanto da psicologia social, quanto da psicologia jurídica o termo índole ainda é pouco usado e quase nada definido, tem sido preferível usar-se o termo caráter , ao invés de índole, mas o caráter de uma pessoa pode ter várias variantes, como por exemplo, ser dramático, religioso, especulativo, desafiador, covarde, inconstante. Tais variações podem ser inúmeras, mas índole só pode ser boa ou má, assim, índole e caráter são coisas diferentes.

Índole é natureza, remete a instinto, e não é somada às ações do meio, e atinge o seu “tipo” definido desde a concepção, adicção é um transtorno psíquico que não vem com “objeto” definido, ou seja, a adicção só pode virar drogadicção, se a droga causar, de fato, prazer ao indivíduo adicto, todavia, existem outras dúzias de objetos de adição, além das drogas, mas índole, por fim, só por hoje, só tem dois tipos: boa e má!

Assim,, escorpiões são sempre escorpiões, sapos sempre sapos, lobos sempre lobos e cordeiros sempre cordeiros (salvo milagre de Deus, nos quais eu, só por hoje, ainda acredito).

Não da pra ir para a cama com um escorpião sem acabar por encontrar a morte. Quem morre assim morre por sua própria escolha, assim, evite lugares, evite pessoas e evite situações, pois assim fala o meu e o teu Deus:



“Filho meu, atende à minha sabedoria; à minha inteligência inclina o teu ouvido;” Pv 5:1. “Porque melhor é a sabedoria do que joias, e de tudo o que se deseja nada se pode comparar com ela.” Pv 8:11. “Porventura tomará alguém fogo no seu seio, sem que suas vestes se queimem? Ou andará alguém sobre brasas, sem que se queimem os seus pés?” Pv 6:27,28. “Pois a sabedoria é para proteção, assim como o dinheiro é para proteção; mas a vantagem do conhecimento é que a própria sabedoria preserva vivos os que a possuem.” Ec 7:12.

Em certo ponto dos passos da nossa recuperação nós nos sentimos impelidos a fazer reparações diretas à pessoas as quais prejudicamos no nosso passado. Nesta hora, muito adictos em recuperação sinceros entendem que alguns dos que eles prejudicaram, são outros adictos que ainda se encontram na ativa. O desejo sadio e honesto de fazer reparações nestes casos, pode resultar na abertura de oportunidades de recaída.

A palavra do meu Deus, a Bíblia, nos diz: "Eis que vos envio como ovelhas ao meio de lobos; portanto, sede prudentes como as serpentes e inofensivos como as pombas ..." Mt 10:16

É exatamente assim, nesta situação desigual, que se encontra o adicto em recuperação nesta hora (ovelha x lobo), e, é exatamente assim, que o adicto em recuperação deve ser armar e preparar (prudentes como as serpentes e inofensivos como as pombas), antes de, de fato, partir para encarar tal circunstância.

Se o adicto em recuperação não estiver plenamente habilitado nesta hora, ele simplesmente será devorado, bestamente, como uma ovelha, que se lança, incauta, em meio a lobos.

Levar a mensagem de recuperação ao adicto que ainda sofre não é nada tão simples, mas levar esta mesma mensagem as um adicto que ainda sofre ao qual nós amamos de maneira especial, quer por laços familiares e / ou afetivos, os quais nos são tão íntimos, que simplesmente não podemos simplesmente descartá-los pela via da regra "evitar pessoas", e cuja persistência em se manterem na adicção ativa, leva-nos, adictos em recuperação, a uma situação inesperada e estranha: nós passamos de dependentes a codependentes. Passamos a sofrer justamente daquilo que, antes, causávamos aos outros: o sofrimento por codependência.

Eu mesmo sofro demais ao tentar levar a mensagem à adictos que ainda sofrem que me são especiais, por não encontrar neles compreensão e boa vontade para a reação de entrega e mudança. Isso, ainda hoje, vez ou outra, ainda me causa raiva. Todavia eu tenho que aprender a aceitar que existe uma verdade, dura, mas existe: “Só podemos modificar a nós mesmos, aos outros só podemos amar!”

Para alguém amar um adicto de forma bem sucedida não é muito simples: é preciso desenvolver uma sabedoria toda especial para filtrar as coisas dessa relação, a fim de que as ações do amor sejam mesmo construtivas.

Essa situação inusitada muitas vezes nós põe confusos, frágeis emocionalmente, e, com isso, se abre uma brecha para nossa própria recaída. Mesmo com boa experiência de sala, ou mesmo de serviço, temos dificuldades em desenvolver um conhecimento exato que nos provenha mecanismos para lidar com a codependência, afinal, esta é uma questão é por demais emocional.

Muitas vezes ainda, o nosso despreparo esta no fato de que nem nós mesmos ainda nos rendemos o suficiente ao nosso Poder Superior, de modo a desenvolver nele fé, para nos firmanos nele em segurança e para nos revestirmos da armadura completa para enfrentar os desafios mais elevados da nossa própria recuperação.

Você adicto em recuperação, meu querido sapo feliz, não seja tolo e considere tudo isso com muita prudência, antes de decidir aceitar tentar carregar nas costas os seus escorpiões traiçoeiros! Antes, faça tudo para ser feliz e livre de ônus de dívidas que lhes imputam, mas que já foram pagas , quando Cristo foi levantado da terra, e nos atraiu a todos!

Tenham todos bons momentos!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Licença Creative Commons
Este trabalho de André Luis Lenz, foi licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição - NãoComercial - CompartilhaIgual 3.0 Não Adaptada.
 
Licença Creative Commons
Este trabalho de André Luis Lenz, foi licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição - NãoComercial - CompartilhaIgual 3.0 Não Adaptada.